Pular para o conteúdo principal

Aquarelando

Comecei com um sol amarelo, descobri as retas do castelo. A luva veio com o tempo, e acho que não a terminei, faltam dois ou três dedos ainda. Cedo descobri a chuva e também que sei fazer os dois riscos do guarda-chuva, ainda que não seja algo instantâneo e que, por vezes, eu a deixe cair livremente...

Mas o pinguinho de tinta caiu no pedacinho azul do papel...e a gaivota, que antes era apenas imaginação, começou a voar no céu...Atravessou, contornou curvas e fui com ela por vários cantos. Ainda procuro o meu barco a vela, e com ele o tal beijo azul.

Então, o avião rosa e grená veio colorindo tudo com suas luzes e ele partiu..partiu e não se imagina que ele irá voltar... o avião não tem vontade de voltar, mas de partir....

Porque na minha folha surge um navio de partida, com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida....sabendo que eu posso ir de uma América a outra em segundos e que posso fazer o meu mundo em um compasso apenas.

E eu caminho sabendo que meu muro está aqui em frente, minha astronave está me esperando e eu só posso tentar pilotar....

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A independência e o guarda chuva

Semana passada me deparei com uma cena muito curiosa. Uma menina, no alto dos seus 7 ou 8 anos, pedia insistentemente para que a mãe lhe comprasse um guarda chuva da Hello Kitty. Fora toda a questão consumista da estória, o que mais me chamou a atenção foi o discurso da menina. Ela queria o guarda chuva, porque ela já era grande! Sim, ela era grande e não precisava mais dividir o guarda chuva com a mãe. Parei pra pensar e vi que realmente, o guarda chuva é um grande sinônimo de independência. Afinal de contas, com o guarda chuva, estamos protegidos da chuva e do sol (algumas pessoas usam para essa finalidade) e temos a liberdade de irmos e virmos para/de qualquer lugar. Olha que maravilha, o guarda chuva é uma fabulosa ferramenta da liberdade! Devaneios infantis à parte, o conceito de liberdade e independência é latente, não importa a idade. Há o anseio do ser humano de querer não precisar de ninguém e ser autosuficiente para tudo, com o discurso do "eu quero, eu posso, eu faço...

Olhares

Ironico talvez seja a melhor palavra para definir o quão diferente uma situação pode ser vista, dependendo do olhar. Não jornalisticamente falando, mas uma mesma situação pode ser analisada de n formas diferentes. Basta saber o que se passa no coração de quem vê. Ruim ou bom, depende da forma como vemos isso. E aí entro em redundância, pois falo novamente das várias faces de uma moeda. Prefiro sempre o olhar do bem. O olhar que não vê maldade, o olhar do crescimento e aprendizado constantes. Acho que meus olhos ainda estão semicerrados, mas prefiro eles assim. Quero crer que tudo visa o bem maior, independente de crenças ou concepções. Talvez seja o olhar do sonhador...vai saber?!

Palco de emoções

As luzes se apagaram e a cortina balançava suavemente. Nem parecia um armazém de porto, não fosse pela brisa marinha quente, trazendo o cheiro de maresia que vinha lá de fora. A proposta era bacana. Trechos de musicais em cartaz e sucessos de temporadas passadas, a grande maioria desconhecida, com destaque para o tão falado  "Despertar da Primavera" . Luzes se acendem e vão se misturando, azuis, rosas, verdes, vermelhas, roxas. Entra o apresentador, fala um pouco da proposta, apresenta o primeiro musical da noite,  Motown . Legal pra caramba, um revival dos anos 70, muitas músicas do Jackson Five e do próprio Michael, boa voz, figurino bacana. Hora da  Opereta Carioca , sambinha gostoso, muita ginga e malandragem. Tava sendo um programa legal, todos os amigos jogados no puff, clima descontraído. Eis que ele começa a falar de um musical conhecido. Um musical que fez grande sucesso por onde passou. Mas que não havia passado em Brasília, os teatros lá não tinham estrutura ...