Pular para o conteúdo principal

Por do sol no Leme

Uma coisa que eu curto aqui na cidade maravilhosa é a paisagem. Eu sei, eu sei...é chover no molhado falar que o Rio de Janeiro é lindo, mas algumas coisas que seriam (seriam vírgula, eram MESMO) entediantes em Brasília se tornam tarefas agradáveis por aqui.

Na segunda semana do meu projeto de caminhadas, optei pelo calçadão de Copacabana, com duas variações: Pedra do Leme e Arpoador.

Ontem na Pedra do Leme pude ver o sol se pondo. Nesses momentos eu esqueço que não tenho dinheiro, que tem trabalho da pós pra fazer, que tem professor sem noção, vizinho barulhento, conta pra pagar...na verdade acho que qualquer coisa ruim se esvai da mente nessa hora.

A combinação, sol, céu e mar faz com que a gente dê novamente importância para as coisas mais simples da vida e nos faz perceber o quanto podemos ser felizes. E legal perceber as mais diversas reações ao mesmo fenômeno.

Um casal de velhinhos se abraça, com certeza lembrando dos muitos pores do sol que já viram juntos...um grupo de crianças fazia bico, pois o fim do dia era o fim da praia...Um engravatado pisava duro sem nem reparar no espetáculo que a natureza lhe proporcionava, só devia pensar em chegar logo em casa.

Um grupo de turistas tomava água de coco e comentavam sobre a beleza das mulheres cariocas, naquele inglês arranhado, com o vendedor de coco, que balançava a cabeça sorrindo, e planejavam a balada noturna, loucos para que o sol fosse embora.

E 4km400 metros se tornam pouco frente a tantas possibilidades... seja admirando a vista, vendo os diversos frequentadores do calçadão ou apenas sentindo o vento e cheiro de maresia...

Comentários

  1. Carolzinha, belo texto!!! Dá um pulo no Bar Urca - acho que já comentei sobre ele - que vc vai gostar. Pra vc que gosta de paisagem...será maravilhoso!!!

    Bjs!!!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Palco de emoções

As luzes se apagaram e a cortina balançava suavemente. Nem parecia um armazém de porto, não fosse pela brisa marinha quente, trazendo o cheiro de maresia que vinha lá de fora. A proposta era bacana. Trechos de musicais em cartaz e sucessos de temporadas passadas, a grande maioria desconhecida, com destaque para o tão falado  "Despertar da Primavera" . Luzes se acendem e vão se misturando, azuis, rosas, verdes, vermelhas, roxas. Entra o apresentador, fala um pouco da proposta, apresenta o primeiro musical da noite,  Motown . Legal pra caramba, um revival dos anos 70, muitas músicas do Jackson Five e do próprio Michael, boa voz, figurino bacana. Hora da  Opereta Carioca , sambinha gostoso, muita ginga e malandragem. Tava sendo um programa legal, todos os amigos jogados no puff, clima descontraído. Eis que ele começa a falar de um musical conhecido. Um musical que fez grande sucesso por onde passou. Mas que não havia passado em Brasília, os teatros lá não tinham estrutura ...

Olhares

Ironico talvez seja a melhor palavra para definir o quão diferente uma situação pode ser vista, dependendo do olhar. Não jornalisticamente falando, mas uma mesma situação pode ser analisada de n formas diferentes. Basta saber o que se passa no coração de quem vê. Ruim ou bom, depende da forma como vemos isso. E aí entro em redundância, pois falo novamente das várias faces de uma moeda. Prefiro sempre o olhar do bem. O olhar que não vê maldade, o olhar do crescimento e aprendizado constantes. Acho que meus olhos ainda estão semicerrados, mas prefiro eles assim. Quero crer que tudo visa o bem maior, independente de crenças ou concepções. Talvez seja o olhar do sonhador...vai saber?!

A independência e o guarda chuva

Semana passada me deparei com uma cena muito curiosa. Uma menina, no alto dos seus 7 ou 8 anos, pedia insistentemente para que a mãe lhe comprasse um guarda chuva da Hello Kitty. Fora toda a questão consumista da estória, o que mais me chamou a atenção foi o discurso da menina. Ela queria o guarda chuva, porque ela já era grande! Sim, ela era grande e não precisava mais dividir o guarda chuva com a mãe. Parei pra pensar e vi que realmente, o guarda chuva é um grande sinônimo de independência. Afinal de contas, com o guarda chuva, estamos protegidos da chuva e do sol (algumas pessoas usam para essa finalidade) e temos a liberdade de irmos e virmos para/de qualquer lugar. Olha que maravilha, o guarda chuva é uma fabulosa ferramenta da liberdade! Devaneios infantis à parte, o conceito de liberdade e independência é latente, não importa a idade. Há o anseio do ser humano de querer não precisar de ninguém e ser autosuficiente para tudo, com o discurso do "eu quero, eu posso, eu faço...